sexta-feira, 16 de abril de 2010

Única

sexta-feira, 16 de abril de 2010
Era ela. Ela, sim !
Ela era: linda assim.
Assim era ela.
Era linda.
Assim como era. A mais bela.
Minha ela.
Linda era, e ainda é !

sábado, 3 de abril de 2010

Incompletude

sábado, 3 de abril de 2010
Essas coisas me deixam tonta.
O seu silêncio, o silêncio dele, o nosso silêncio.
Como quando não dizemos nada, mas queremos dizer tudo.
Por favor, diga alguma coisa.

Diga, quando estiver silêncio, que me ama.
Diga, quando estiver silêncio, a verdade. Mesmo que seja dolorosa...

E depois de feito o que foi feito; depois de nos entregarmos, o silêncio é o único que não hesita.
É o único que vai ficar do nosso lado; é o único que nos apóia.
É também ele quem nos interroga, que nos ataca com um punhal.
É ele que nos assombra nas noites de lua cheia, ou não.

Mas mesmo assim, estou farto desse silêncio que me cala, que arde.
Arde porque machuca.
Machuca pensar no que não se ouve.
Machuca tentar imaginar o que se passa na sua cabeça durante esse tempo.
Será que também te incomoda esse silêncio?
Será que você e eu estamos pensando o mesmo?
Por que você não põe um fim nisso? Por que eu não?

E quando eu acho que já me acostumei, que já sei o que fazer, sempre tropeço.
Aquele nó na garganta se forma de tal maneira que não consigo explicar.

Estudei esse silêncio, gravei todas as fórmulas, mas não deu certo.
Não há solução!
Não há como pará-lo. Ele vem e pronto.
E reina, impera. E ordena que o suor frio desça, que o coração bata mais forte.
Que nossos olhos se cruzem em oscilações com o chão ou com o teto ou com qualquer outro ponto além de nós.

Estou aprendendo a lidar com ele.
Com o nosso silêncio. Com o silêncio da vida.
Aprendendo para que, um dia, eu possa assassiná-lo.
Destruí-lo.
Para que a coragem me consuma, me fortaleça, me force a fazer o que já devia ter sido feito há tempos...

Que as palavras saiam involuntariamente e que esse silêncio finalmente seja preenchido.
Que eu possa sentir o alívio de ter, finalmente, cometido o único homicídio que eu sempre quis cometer...

...e que você o cometa da mesma forma, fazendo com que nos tornemos dois foragidos.

Dois assassinos.

Dois apaixonados.



Participação especial: Milton Santos
 
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