quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Satiros

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010
Do outro lado da mesa um par de olhos me fitava. Eram olhos vermelhos e alterados.
Aqueles olhos normalmente eram doces e compreensíveis, mas naquele momento eram apenas os olhos de um monstro.
E o monstro só olhava. Olhava fixamente para os meus olhos.
Os braços do monstro se ergueram ao mesmo tempo em que sua voz ficou mais audível para as pessoas daquele ambiente.
Ele gritava e rosnava enquanto suas veias saltavam e seu rosto ficava vermelho.
Eu fiquei parada, ouvindo. Silenciosamente. Não podia fazer nada.
Terminado o discurso do monstro, eu me levantei, procurei a pessoa boa que existia por trás daquela máscara e ao mostrar a ele que eu sabia do seu coração, fui embora.
Os meus olhos agora estavam marejados pela indelicadeza e grosseria de tal homem.
Mas o dia seguinte seria diferente. Tinha que ser. Ele sabia.
 
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